Quando se fala em custos com a manutenção corretiva, todo mundo não quer nem ouvir falar, já que requer gastos que, geralmente, não estavam previstos no orçamento mensal. O que muitos não sabem é que a maneira como cada um dirige pode influenciar diretamente na durabilidade dos componentes do veículo.
De acordo com uma pesquisa realizada pela GIPA (órgão internacional especializado em pós-venda), do total de entradas de veículos com menos de cinco anos em oficinas, 50% são por problemas específicos que estão inclusos uma troca de pneu, uma avaria que imobilizou o motor, ruídos na suspensão etc.
A outra metade está vinculada aos motoristas que nos últimos anos frequentaram as oficinas apenas para fazer manutenções preventivas. Por isso, é importante que mude alguns hábitos ao volante para não acelerar o desgaste das peças.
Para você entender melhor, listamos alguns dos vícios mais comuns que podem ser evitados e certamente o fará economizar uma grana e prolongar a vida útil do seu carro.
Movimentos torcionais ao passar em lombadas ou valetas na diagonal podem comprometer os componentes da suspensão como buchas, molas, coxins, amortecedores e rolamentos, ocasionando, em muitas vezes, empenamento, folgas excessivas, rangidos e até quebras.
Só para se ter uma ideia, uma simples substituição de um jogo de buchas da suspensão custa entre R$ 500 e R$ 1.300, dependendo do modelo do veículo. Além disso, essa prática também compromete a base da carroceria, longarinas e chassi.
Nesse caso, a recomendação é passar na lombada em baixa velocidade (quanto maior o desnível, menor a velocidade), com as duas rodas dianteiras tocando simultaneamente o obstáculo.
Outro vício bastante comum, e que a maioria nem se atenta para o problema que pode causar, é descansar o pé no pedal da embreagem. O pedal só pode ser pisado na hora de fazer as trocas de marchar e só! Outra dica para prolongar a vida útil da embreagem é pisar até o fundo e soltá-la de forma suave e sem dar trancos nas trocas de marcha ou arrancadas.
Por falar em arrancadas, sair com o carro em segunda marcha acelera o desgaste do componente. Mesmo que o carro tenha torque suficiente para isso, a prática deve ser condenada. Um kit de embreagem para um carro popular, por exemplo, não sai por menos de R$ 700, sem a mão de obra.
Frear a toda hora e sem motivos é uma prática que além de consumir mais combustível, consumirá também as pastilhas e discos de freio mais rápido do que se imagina. O ideal é frear somente quando for realmente necessário.
Velocidades mais altas exigem mais do freio; por isso, evite este vício. Além de tomar multa, dependendo da via, você pode evitar ser surpreendido com um animal ou uma pessoa mais desatenta que atravessou a rua sem olhar para os lados.
Nos automáticos, sobretudo quem não está acostumado, usar o pé esquerdo para frear é um erro, pois nos modelos com câmbio manual, geralmente o motorista não tem a mesma sensibilidade nos dois pés, pisando até o fundo. Dessa forma a recomendação de se usar o pé direito para acelerar e frear é mais suave e sem freadas bruscas.
Nas curvas, tanto no manual quanto automático, frear bruscamente pode acarretar na perda do controle. Por isso, antecipe-se e freie com bastante cautela e, se for uma curva mais fechada e com descida, o uso do freio-motor é sempre bem-vindo.
Ao subir o aclive e parar, nunca o deixe engatado, “segurando” o carro até o momento de sair novamente. Ao deixá-lo engatado controlando só com o pé nos pedais da embreagem e acelerador, ocorre o aumento do desgaste do disco de embreagem. No caso dos automáticos, a situação complica, pois o conserto pode variar entre R$ 4.000 e R$ 30.000.
Nos dois casos, a regra é sempre manter o pé no freio ou deixar o freio de estacionamento, o popular freio de mão, puxado quando o veículo estiver parado. Seu bolso agradece!
Seja para repousar a mão no câmbio ou por mero vício, não é aconselhável o hábito, pois além de não ser seguro dirigir apenas com uma mão ao volante, o peso das mãos pode forçar as engrenagens do sistema.
Além disso, contribui para o desgaste prematuro de componentes da caixa de câmbio como engrenagens e sincronizadores, acarretando problemas nas trocas de marchas. Um serviço de recuperação do câmbio – inclui a substituição de todos os componentes danificados e ajustes e calibragem – pode custar R$ 1.200, dependendo do modelo do veículo.
Vale lembrar que nos carros automáticos, apesar de ocorrer com menos frequência, não é recomendável deixar as mãos apoiadas no câmbio.
Fonte: https://www.uol.com.br/